Dados Consolidados de Óbitos no Trânsito Brasileiro - 2022
1 Introdução
No dia 27 de dezembro de 2023 o Ministério da Saúde disponibilizou a base de dados consolidada do Sistema de Informações de Mortes (SIM) para o ano de 2022. Assim, o presente documento apresenta uma análise dos óbitos no trânsito no Brasil, com foco na evolução desse cenário entre 2021 e 2022. Os cálculos dos resultados apresentados aqui podem ser consultados no repositório do Observatório: github.com/ONSV/analise-datasus-2022
2 Cenário brasileiro
A quantidade de óbitos anuais no trânsito brasileiro cresceu novamente, porém com uma quantidade bem reduzida. Em 2022, o Brasil apresentou um número de 33.894 óbitos no trânsito, um aumento de 81 óbitos em comparação com os dados de 2021, o que representa uma variação percentual de 0,24%. Os gráficos a seguir apresentam a quantidade absoluta de óbitos por ano no Brasil e a variação percetual entre os anos.
3 Óbitos por regiões
Considerando as macroregiões do Brasil, o Norte apresentou o maior aumento percentual de óbitos no trânsito, atingindo 7,61%. Em ordem decrescente, segue a Região Sul com um aumento de 2,54, Região Centro-Oeste com 2,16% e Região Nordeste com aumento de 0,26%. Apenas a Região Sudeste apresentou uma redução nos números de óbitos no trânsito, com uma variação de -3,73%.
2021 | 2022 | Variação | Variação percentual | |
---|---|---|---|---|
Norte | 3.193 | 3.436 | 243 | 7,61% |
Sul | 5.752 | 5.898 | 146 | 2,54% |
Centro-Oeste | 3.882 | 3.966 | 84 | 2,16% |
Nordeste | 9.799 | 9.824 | 25 | 0,26% |
Sudeste | 11.187 | 10.770 | −417 | −3,73% |
4 Óbitos por unidades da federação
Em relação aos óbitos no trânsito por unidades da federação, os locais que apresentaram os maiores aumentos percentuais na quantidade de óbitos entre 2021 e 2022 foram:
- Roraima: 23%;
- Distrito Federal: 13%;
- Pará: 9%.
Por outro lado, as unidades que mais apresentaram reduções na quantidade de óbitos no trânsito foram:
- Rio Grande do Norte: -11%;
- Alagoas: -10%;
- São Paulo: -7%
5 Óbitos por modal das vítimas
Considerando o modo de transporte em que a vítima se encontrava durante o sinistro, os modais com maiores aumentos percentuais entre 2021 e 2022 foram os modais:
- Automóvel: 3,50%;
- Ônibus: 1,61%;
- Motocicleta: 0,97%;
- Pedestre: 0,71%
Os modais que apresentaram reduções foram:
- Bicicleta: -2,53%;
- Caminhão (ocupantes de transporte pesado): -4,84%
O modal Triciclo apresentou uma redução de 11,11% e a classificação Outros apresentou uma redução de 3,65%.
2021 | 2022 | Variação | Variação percentual | |
---|---|---|---|---|
Automóvel | 7.286 | 7.541 | 255 | 3,50% |
Ônibus | 124 | 126 | 2 | 1,61% |
Motocicleta | 11.942 | 12.058 | 116 | 0,97% |
Pedestre | 5.349 | 5.387 | 38 | 0,71% |
Bicicleta | 1.381 | 1.346 | −35 | −2,53% |
Outros | 6.848 | 6.598 | −250 | −3,65% |
Caminhão | 847 | 806 | −41 | −4,84% |
Triciclo | 36 | 32 | −4 | −11,11% |
6 Pirâmide etária das vítimas
Por fim, considerando o sexo das vítimas, em 2022 as vítimas do sexo masculino ainda são a maioria dos mortos no trânsito, representando 83% dos óbitos. A faixa etária com a maior quantidade de mortes no trânsito, em 2022, ainda é a de 20 a 24 anos.
Considerando apenas as vítimas fatais do sexo feminino, a faixa etária com um maior aumento de mortes entre 2021 e 2022 foi a acima de 75 a 79 anos, com uma variação de 46%. A faixa etária com a maior redução foi a de 5 a 9 anos, atingindo uma variação de -23%.
Considerando as vítimas fatais do sexo masculino, a faixa etária com o maior aumento de mortes entre 2021 e 2022 foi a de acima de 80 anos, com uma variação de 12%. A faixa etária com a maior redução foi a de 0 a 4 anos, com uma variação de -17%.
2021 | 2022 | Variação percentual | ||||
---|---|---|---|---|---|---|
Feminino | Masculino | Feminino | Masculino | Feminino | Masculino | |
Mais de 80 anos | 219 | 489 | 228 | 547 | 4,11% | 11,86% |
75 a 79 anos | 165 | 553 | 241 | 557 | 46,06% | 0,72% |
70 a 74 anos | 214 | 829 | 283 | 847 | 32,24% | 2,17% |
65 a 69 anos | 246 | 1.193 | 266 | 1.214 | 8,13% | 1,76% |
60 a 64 anos | 298 | 1.458 | 342 | 1.546 | 14,77% | 6,04% |
55 a 59 anos | 344 | 1.893 | 376 | 1.997 | 9,30% | 5,49% |
50 a 54 anos | 382 | 2.045 | 408 | 2.127 | 6,81% | 4,01% |
45 a 49 anos | 398 | 2.370 | 408 | 2.426 | 2,51% | 2,36% |
40 a 44 anos | 485 | 2.733 | 471 | 2.738 | −2,89% | 0,18% |
35 a 39 anos | 512 | 2.897 | 507 | 2.758 | −0,98% | −4,80% |
30 a 34 anos | 535 | 2.831 | 505 | 2.728 | −5,61% | −3,64% |
25 a 29 anos | 526 | 3.067 | 530 | 3.010 | 0,76% | −1,86% |
20 a 24 anos | 541 | 3.476 | 568 | 3.328 | 4,99% | −4,26% |
15 a 19 anos | 380 | 1.674 | 354 | 1.589 | −6,84% | −5,08% |
10 a 14 anos | 125 | 222 | 113 | 208 | −9,60% | −6,31% |
5 a 9 anos | 112 | 144 | 86 | 141 | −23,21% | −2,08% |
0 a 4 anos | 136 | 168 | 128 | 139 | −5,88% | −17,26% |
7 Faixa etária e modais da vítimas
Observando os óbitos com base no modal e na faixa etária das vítimas, de forma conjunta, percebe-se que a grande maioria dos óbitos ocorrem entre os ocupantes de motocicleta entre 20 e 24 anos.